A pauta do povo avança: isenção do IR até R$ 5 mil será votada na Câmara

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Nova tabela do IR representa 14º salário para milhões de brasileiros

O grito das ruas foi ouvido. Depois dos grandes atos democráticos do último domingo por todo o país e da perda de fôlego do PL de anistia aos golpistas, a Câmara dos Deputados decidiu pautar para 1º de outubro, próxima quarta-feira, uma proposta que realmente interessa ao povo brasileiro: a isenção total do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil por mês. Essa é uma das mais importantes e revolucionárias promessas de campanha do presidente Lula, que agora caminha para ser cumprida.

Como funciona?

O projeto do governo prevê isenção total para rendimentos de até R$ 5 mil e descontos para salários até R$ 7 mil. Quem recebe acima desse limite continuará pagando imposto de forma progressiva, mas com justiça: quem ganha mais, paga mais. E quem recebe acima de R$ 600 mil ao ano e hoje contribui com muito pouco será taxado em 10%. 

Essa justa medida corrige distorções históricas, já que os super-ricos contribuem proporcionalmente menos do que profissionais como professores, motoristas ou enfermeiras. “Queremos fazer justiça tributária. Não é normal um pobre lá do Aglomerado da Serra ir ao supermercado comprar alguma coisa e pagar o mesmo imposto que o presidente do BMG”, afirmou Lula em recente entrevista.

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20 milhões de isentos

Em termos práticos, isso significará mais dinheiro no bolso de milhões de trabalhadores e trabalhadoras. Uma professora com salário de R$ 4.867,77, que hoje paga R$ 305,40 por mês de IR, será totalmente isenta a partir de 2026. Isso representa quase R$ 4 mil anuais de economia, um 14º salário. Já uma enfermeira que recebe R$ 6.260 terá uma redução de quase R$ 2 mil no imposto pago em um ano.

No total, cerca de 10 milhões de pessoas serão beneficiadas com essa mudança. Somadas às outras 10 milhões já alcançadas pelas correções feitas desde 2023, serão 20 milhões de brasileiros totalmente isentos de imposto de renda.

Ricos também contribuem

Para equilibrar as contas, o governo prevê aumento da alíquota dos super-ricos. Uma vez aprovada a proposta, 141 mil contribuintes com rendimentos superiores a R$ 50 mil mensais, ou R$ 600 mil anuais, passarão a contribuir com 10% sobre seus rendimentos. 

Parece muito? Não é. Um assalariado que recebe R$ 65 mil anuais hoje paga 27,5%, quase três vezes mais. “Nós estamos falando que 141 mil pessoas que ganham acima de R$ 600 mil, acima de R$ 1 milhão por ano, vão contribuir para que 10 milhões de pessoas não paguem imposto de renda. É simples assim”, explicou Lula.

Esse valor segue muito abaixo do praticado em países como Estados Unidos (37%), Dinamarca (55,9%) ou Japão (55,95%). “Não vai machucar ninguém, não vai deixar ninguém pobre. Não vai fazer com que os que contribuem deixem de comer a sua carne, a sua salada, a sua lagosta, mas vai permitir que o pobre possa comer um pouco de carne”, afirmou.

A Consultoria de Orçamento da Câmara (Conof) calcula que a medida injetará R$ 10,3 bilhões na economia no curto prazo. O aumento dos ganhos de trabalhadores e trabalhadoras vai estimular o consumo, aquecer o comércio, os serviços e a indústria e gerar empregos. O estudo aponta ainda que a desigualdade de renda cairá em 1,1% entre os declarantes do IR, mais de 40 milhões de brasileiros.

Mobilização pela aprovação

Como já era de se esperar, a oposição se articula para tentar frear o avanço da proposta, repetindo velhos e gastos discursos em defesa dos mais ricos. Não é novidade: durante os governos Temer e Bolsonaro, a tabela do IR manteve-se intocada, aumentando o peso sobre os mais pobres e ampliando os privilégios do topo da pirâmide. 

A votação do projeto na Câmara dos Deputados está prevista para a próxima quarta-feira, 1º de outubro. Até lá, é fundamental que a sociedade permaneça em estado de mobilização, para que as habituais mentiras, manobras e manipulações dos beneficiados de sempre não travem esse avanço e nem retirem da medida a necessária taxação do topo da pirâmide social. 

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Ao lado do povo

Com a expectativa de aprovação do projeto, o governo Lula caminha para cumprir uma de suas promessas mais impactantes para o país, dando um grande passo rumo a um sistema tributário mais justo. 

Mais que uma proposta fiscal, é uma conquista social. A isenção total do IR até R$ 5 mil e parcial até R$ 7 mil reafirma que governar é escolher, e o governo Lula sempre escolhe ficar ao lado do povo trabalhador.

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Da Redação