Trump indica mudança de tom e contenção, mas até quando?
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15/07/2024 11H58
Adversários nas urnas, Joe Biden e Donald Trump convergiram nos apelos pela união dos americanos, após o atentado contra o candidato republicano num comício em Butler, na Pensilvânia. Mas nenhum deles parece ser capaz de abarcar a outra metade do país sobre a qual não tem controle.
No terceiro pronunciamento em menos de 24 horas, o discurso do atual presidente se mostrou mais do mesmo. Ele ecoou a promessa de sua campanha, quatro anos atrás, de unir os americanos e diminuir a temperatura política.
Da boca do ex-presidente, no entanto, saiu uma mensagem atípica, ao revelar ao jornal conservador “Washington Examiner” a mudança de tom do discurso que fará na quinta-feira (18) na convenção republicana, reescrito, segundo ele, após sobreviver à tentativa de assassinato. "Esta é uma chance de unir o país inteiro, até mesmo o mundo inteiro. O discurso será muito diferente do que teria sido dois dias atrás."
É difícil mensurar o peso real dessa mensagem do candidato republicano, que nos últimos anos insuflou, pela retórica, a violência de seus seguidores. Como presidente e agora novamente postulante ao cargo, Trump sempre passou ao largo da contenção e de tentativas de conciliação, contestando o resultado das eleições e sinalizando que agirá da mesma forma, em novembro, se a apuração dos votos não for justa para ele.
Dá então para levar a sério a sua intenção de baixar a temperatura política? Qual Trump emergirá como sobrevivente do atentado de Butler diretamente para a convenção de Milwaukee, que começa nesta segunda-feira?
Como resumiu o colunista David French, do “New York Times”, o ex-presidente será chave para conter a raiva de seus partidários e evitar que ela saia do controle, após a traumática tentativa de assassiná-lo: “Seu discurso de nomeação pode ser o mais assistido em uma geração. Ele tem uma oportunidade histórica de se elevar ao momento ou nos puxar mais fundo na escuridão”, ponderou.
No outro campo político, Biden se vê duplamente na retranca — obrigado a recuar temporariamente dos ataques ao adversário e a defender-se das ofensivas democratas para forçá-lo a renunciar à candidatura.
O presidente tentou fazer do terceiro pronunciamento de seu mandato no Salão Oval um evento poderoso, tirando proveito da posição de estadista, que lhe foi conferida em 2020. "Precisamos sair dos nossos silos, onde só ouvimos aqueles com quem concordamos, onde a desinformação é galopante, onde atores estrangeiros atiçam as chamas da nossa divisão para moldar os resultados consistentes com os seus interesses." A mensagem faz sentido, mas, para Biden, o momento para reformular a estratégia para derrotar Trump não poderia ser pior.
Da boca do ex-presidente, no entanto, saiu uma mensagem atípica, ao revelar ao jornal conservador “Washington Examiner” a mudança de tom do discurso que fará na quinta-feira (18) na convenção republicana, reescrito, segundo ele, após sobreviver à tentativa de assassinato. "Esta é uma chance de unir o país inteiro, até mesmo o mundo inteiro. O discurso será muito diferente do que teria sido dois dias atrás."
É difícil mensurar o peso real dessa mensagem do candidato republicano, que nos últimos anos insuflou, pela retórica, a violência de seus seguidores. Como presidente e agora novamente postulante ao cargo, Trump sempre passou ao largo da contenção e de tentativas de conciliação, contestando o resultado das eleições e sinalizando que agirá da mesma forma, em novembro, se a apuração dos votos não for justa para ele.
Dá então para levar a sério a sua intenção de baixar a temperatura política? Qual Trump emergirá como sobrevivente do atentado de Butler diretamente para a convenção de Milwaukee, que começa nesta segunda-feira?
Como resumiu o colunista David French, do “New York Times”, o ex-presidente será chave para conter a raiva de seus partidários e evitar que ela saia do controle, após a traumática tentativa de assassiná-lo: “Seu discurso de nomeação pode ser o mais assistido em uma geração. Ele tem uma oportunidade histórica de se elevar ao momento ou nos puxar mais fundo na escuridão”, ponderou.
No outro campo político, Biden se vê duplamente na retranca — obrigado a recuar temporariamente dos ataques ao adversário e a defender-se das ofensivas democratas para forçá-lo a renunciar à candidatura.
O presidente tentou fazer do terceiro pronunciamento de seu mandato no Salão Oval um evento poderoso, tirando proveito da posição de estadista, que lhe foi conferida em 2020. "Precisamos sair dos nossos silos, onde só ouvimos aqueles com quem concordamos, onde a desinformação é galopante, onde atores estrangeiros atiçam as chamas da nossa divisão para moldar os resultados consistentes com os seus interesses." A mensagem faz sentido, mas, para Biden, o momento para reformular a estratégia para derrotar Trump não poderia ser pior.
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