Por Jack Queen

16 Fev (Reuters) - Um juiz do estado de Nova York deve decidir na sexta-feira um caso de fraude civil de 370 milhões de dólares contra o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, acusado de inflar seu patrimônio líquido para enganar banqueiros para que lhe concedam melhores condições de empréstimo.
A decisão do juiz Arthur Engoron pode desferir um grande golpe no império imobiliário de Trump, à medida que o empresário que se tornou político procura a nomeação republicana para desafiar o presidente democrata Joe Biden nas eleições de 5 de novembro nos EUA .
A ação movida pela procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James, acusou Trump e as empresas da sua família de exagerarem o seu património líquido em até 3,6 mil milhões de dólares por ano durante uma década. Trump negou qualquer irregularidade e classificou o caso como uma vingança política de James, um democrata eleito.
Além das sanções monetárias, James pretende banir permanentemente Trump do setor imobiliário de Nova Iorque e limitar drasticamente a sua capacidade de fazer negócios no estado. Ela também está buscando proibições industriais de cinco anos para os dois filhos adultos de Trump, Don Jr. e Eric, que também são réus no caso.
Engoron decidiu em Setembro que Trump se tinha envolvido em fraude e ordenou que o seu império empresarial fosse parcialmente dissolvido. As implicações totais dessa ordem ainda não são claras e Trump está apelando.
A decisão esperada para sexta-feira ocorre após um controverso julgamento de três meses em Manhattan.
Durante um depoimento desafiador e sinuoso em Novembro, Trump admitiu que alguns dos seus valores de propriedade eram imprecisos, mas insistiu que os bancos eram obrigados a fazer a sua própria diligência.
Ele usou suas aparições ocasionais nos tribunais como interrupções improvisadas de campanha, fazendo comentários incendiários aos repórteres e insistindo que seus inimigos estão usando os tribunais para impedi-lo de retomar a Casa Branca.
Trump está a caminho da nomeação republicana, apesar de uma série de outros problemas legais.
Ele está indiciado em quatro processos criminais, incluindo um em Nova York, relacionado a pagamentos secretos que fez a uma estrela pornô antes das eleições de 2016. O juiz que supervisiona o caso marcou na quinta-feira a data do julgamento para 25 de março , apesar das objeções dos advogados de Trump, que tentaram adiá-lo devido à agenda jurídica e política lotada de Trump.
Trump também foi acusado na Flórida por lidar com documentos confidenciais ao deixar o cargo e em Washington e na Geórgia por seus esforços para reverter a derrota nas eleições de 2020.
Trump se declarou inocente em todos os quatro casos.
Reportagem de Jack Queen Edição de Chris Reese