Fez 50 anos? Os 5 hábitos que ajudam a acelerar o metabolismo a partir dessa idade, segundo a ciência

Fez 50 anos? Os 5 hábitos que ajudam a acelerar
o metabolismo a partir dessa idade, segundo a ciência
Entre
eles, ingerir líquidos gelados e dormir mais 7 horas por dia, aponta
especialista
Por Victoria Vera Ziccardi, La Nacion
O metabolismo é um dos processos mais completos e complexos do
organismo. Pode funcionar de diferentes maneiras de acordo com cada pessoa:
algumas o tem acelerado, enquanto outras, abrandado. São especialmente os
idosos que, geralmente, têm um funcionamento mais lento e, por isso, têm mais
dificuldade para perder peso.
Segundo especialistas da Mayo Clinic, o metabolismo é o processo pelo
qual o corpo converte o que come e o que bebe em energia. Inclusive, mesmo
quando está em repouso, o corpo segue usando energia para funções básicas, como
a respiração, a circulação do sangue e a reparação das células. A energia que o
corpo usa para estas funções básicas é denominada taxa metabólica basal, um
fator fundamental para estar em forma e que também influencia no controle do
peso.
É comum que se
culpabilize o metabolismo pelos “quilos a mais”, mas o certo é que se trata de
algo natural, que se acentua com o passar dos anos. A nutricionista Anabella
Famiglietti declara que “o metabolismo varia de acordo com diferentes fatores,
como a genética, o sexo, a composição corporal, e os níveis hormonais,
modificando-se nas diferentes etapas da vida: crescimento, gravidez, lactação,
e durante o envelhecimento”.
Por que os adultos depois dos 50 anos têm o metabolismo mais lento?
Segundo Famiglietti, existem vários fatores associados ao envelhecimento que
influenciam no estado metabólico. Entre eles, estão:
·
Diminuição de massa magra – conjunto
de lipídios que constituem uma reserva de energia para o corpo – em cerca de 1%
ao ano depois dos 50. Essa redução é acompanhada pela atividade física que o
indivíduo realiza e determina uma diminuição da necessidade energética total.
·
Aumento de gordura corporal associado
à diminuição de atividade física e secreção de hormônios do crescimento e
sexual. Por sua vez, há alteração da distribuição corporal, acumulando-se mais
gordura a nível hepático, intra-abdominal e intramuscular, diferentemente do
indivíduo mais jovem, onde o acúmulo é principalmente subcutâneo.
·
Desregulação da ingestão. Com a
idade, ocorre uma alteração no sabor e no aroma: diminui a sensação de sede e
surge a tendência à desidratação. Modifica-se a digestão de nutrientes devido à
queda das secreções gastrointestinais e pela desaceleração do trânsito
intestinal, acompanhada de uma sensação maior de saciedade. Por último, há
aumento da quantidade de substâncias anorexígenas – que diminuem o apetite – no
corpo, entre outros fatores sociais, como a ingestão de medicamentos, o
isolamento e a depressão, que podem afetar a desregulação.
Perto dos 50 anos, uma pessoa precisa de menos energia e acumula com
maior facilidade certas reservas em forma de gordura. Por este motivo, há
certos métodos e hábitos que podem colaborar para acelerar o funcionamento do
metabolismo.
·
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Cinco hábitos para ativar o
metabolismo
Estes tipos de rotinas variam desde a incorporação de alimentos até a
melhora no descanso e na qualidade de vida. Entre os recomendados pelos
profissionais, estão:
Consumo de proteínas
De acordo com o médico Chih-Hao Lee, professor de genética e
enfermidades complexas na Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, o
metabolismo aumenta cada vez que se come, digere e armazena alimentos; um
processo chamado “efeito termogênico dos alimentos”. Segundo Lee, a proteína
tem maior efeito térmico em comparação com as gorduras e os carboidratos,
porque o corpo demora mais para queimá-la e absorvê-la.
Uma dieta rica em
alimentos proteicos – frango, carnes vermelhas ou peixes – estimula o
metabolismo a começar a utilizar a energia acumulada para melhorar a digestão.
Este processo termogênico exige um gasto extra de calorias para absorver e
processar os nutrientes da comida, assim como para poder emagrecer.
Bebidas
frias e quentes
O consumo moderado de bebidas
estimulantes e quentes, como o café e o chá, favorecem a estimulação gástrica e
a queima de energia, porque gera um gasto de gordura maior que outras bebidas.
Embora
sejam necessários mais estudos neste campo, grande parte das pesquisas aponta
para a importância dos antioxidantes – presentes em bebidas com cafeína – na
produção de energia mitocondrial (a central elétrica das células, onde se
produz energia) para combater o estresse oxidativo e melhorar a taxa
metabólica.
Por outro lado, um
estudo publicado no Journal of Clinical and Diagnostic Research tentou
comprovar o efeito do consumo de água gelada em indivíduos com sobrepeso. No
final da pesquisa, a termogênese - o processo de produção de calor nos
organismos – induzida pelo consumo de água foi reconhecida por investigadores
como um componente importante e até então não reconhecido pelo gasto energético
diário. Desta maneira, tomar água fria faz com que o corpo se sinta obrigado a
recuperar sua temperatura habitual, que abaixou com a ingestão do líquido de
baixa temperatura e, como consequência, consegue queimar mais energia.
Comida
picante
Um estudo feito pela Universidade
de Cambridge comprovou que alimentos como o cominho, a canela, a cúrcuma, as
pimentas e os pimentões podem aumentar a taxa de repouso metabólico e diminuir
o apetite.
A
capsaicina, substância encontrada nas comidas picantes, é um componente ativo
que dá o sabor picante aos alimentos e que, por sua vez, é encarregado de
diminuir os lipídios corporais mediante um mecanismo que estimula a morte de
células de gordura imaturas. Esse tipo de alimento, porém, é contraindicado
para pessoas com problemas digestivos.
Dormir
mais de sete horas
A falta de sono gera mais cortisol,
hormônio responsável por descontrolar a sensação de fome e saciedade,
provocando desejo de comer.
Segundo
informações do Medline Plus, portal online de medicina, um bom descanso a noite
vai além do que acelerar o metabolismo: ele evita um consumo maior de calorias
que são disparadas em casos em que há um alto nível de cortisol devido a uma
noite mal dormida. Nas palavras de Famiglietti, assegurar para si um bom
descanso e respeitar o ritmo circadiano colabora com uma sincronização e um
melhor funcionamento do corpo.
Treino
de força
O treino de força tem como
principal objetivo aumentar a massa muscular. Geralmente, é mais recomendado
pelos especialistas que a atividade aeróbica (que se realiza ao correr, andar
de bicicleta ou nadar). Uma investigação encabeçada por Alexandra C. McPherron,
integrante do Instituto Nacional de Diabetes e Digestão dos Estados Unidos,
estabeleceu que este tipo de exercício ajuda a aumentar a taxa metabólica de
repouso ao aumentar a quantidade de massa magra no corpo. A taxa metabólica de
repouso é a quantidade de calorias que o corpo necessita para realizar funções
básicas, como a respiração, a circulação e a digestão.
Um
claro exemplo disso é quando os atletas começam a ganhar peso após interromper
sua atividade. Por mais que sua dieta siga sendo a mesma, seu metabolismo
desacelera frente à perda de massa muscular e ao acúmulo de gordura.
Em síntese, para Famiglietti, o metabolismo pode ser regulado mediante
um estilo de vida ativo e a regulação do ritmo circadiano. Ela afirma que
garantir de 7 a 8 horas de descanso por noite é indispensável para
“sincronizar” o corpo.
“A saúde está associada à energia que é ativada pela manhã, metabolizada
de acordo com as necessidades ao longo do dia, e apagada corretamente à noite.
Quanto mais sincronizado se está, maior é a energia e melhor funcionará o
metabolismo”, concluiu.