Com poucas doses, Ministério da Saúde faz reunião para discutir vacinação contra dengue
Postado
15/01/2024 12H40

Com poucas doses, Ministério da Saúde faz reunião para
discutir vacinação contra dengue
Imunização começa em
fevereiro, mas laboratório entrega 5 milhões de doses para um ciclo de duas
aplicações. Governo estaria por definir áreas prioritárias com maior número de
casos para a vacinação.
Por g1
O
Ministério da Saúde faz nesta segunda-feira (15) uma reunião para definir a
estratégia de vacinação contra a dengue. O Brasil é o primeiro país no mundo a
oferecer o imunizante na rede pública, mas enfrenta o desafio com a baixa
quantidade de doses.
💉 A Qdenga é um imunizante contra a dengue
desenvolvido pelo laboratório japonês Takeda Pharma. O registro do imunizante
foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2023 e
incorporado ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) com previsão de início da imunização em fevereiro
deste ano.
Em 2023 foram 1,6 milhão de casos de dengue e 94 mortes. Já este ano, os casos superam os 10 mil e há sete mortes em investigação. Em meio a alta, o Ministério da Saúde se reúne para definir o
público prioritário e as cidades ou estados a receberem o imunizante.
A
Takeda conseguiria entregar de fevereiro até novembro cerca de 5 milhões de
doses. No entanto, esse número seria menor em volume de pessoas imunizadas, já que são necessárias duas doses para o ciclo completo.
A
informação apurada pela TV Globo é que a proposta é que seriam priorizadas as
regiões com maior incidência da doença. Os estados ou cidades não foram
divulgados.
Abaixo, veja as respostas para
as principais dúvidas sobre o imunizante.
O que é a Qdenga e como ela age?
A Qdenga (TAK-003) é um imunizante contra a dengue desenvolvido
pelo laboratório japonês Takeda Pharma. O registro do imunizante foi aprovado
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março deste ano.
A
vacina contém vírus vivos atenuados da dengue. Por isso, ela induz
respostas imunológicas contra os quatro sorotipos do vírus da dengue.
Quem
pode se vacinar com a Qdenga?
De acordo com a Anvisa, a Qdenga é indicada para pessoas de 4 a
60 anos. Não foram feitos estudos para avaliar a eficácia da vacina em pessoas
com mais de 60 anos.
Além
disso, podem se vacinar com a Qdenga tanto quem
já teve dengue, quanto quem nunca foi infectado. Essa é a
primeira vacina liberada no país para pessoas que nunca entraram em contato com
o vírus da dengue.
Mas não podem ser imunizados com a vacina quem tem alergia a
algum dos componentes, quem tem o sistema
imunológico comprometido ou alguma condição imunossupressora,
ou gestantes e
lactantes.
A Qdenga tem efeitos colaterais?
Os
estudos clínicos mostraram que pode haver reações, geralmente, dentro de dois
dias após a injeção. As reações registradas foram de gravidade leve a moderada e duraram 1 a 3
dias.
🚨 Atenção: essas
reações NÃO tornam o imunizante contraindicado se aplicado no público correto.
Foram
relatadas com maior frequência:
·
dor no local da injeção (50%);
·
dor de cabeça (35%);
·
dor muscular (31%);
·
vermelhidão no local de injeção
(27%);
·
mal-estar (24%);
·
fraqueza (20%); e
·
febre (11%).
As
reações são menos frequentes após a segunda dose da Qdenga.
A Dengvaxia foi
a primeira — e, até este ano, única — vacina contra a dengue aprovada pela
Anvisa a ficar disponível no Brasil.
Ela
é fabricada pelo laboratório francês Sanofi Pasteur e é vendida na rede privada
na maior parte do Brasil. Esse imunizante não está disponível no Programa
Nacional de Imunizações, o PNI.
Se
comparadas, a Dengvaxia e a Qdenga possuem três principais diferenças:
·
Público-alvo: a Dengvaxia é recomendada somente para quem
já foi infectado com o vírus da dengue. Já a Qdenga pode ser aplicada em quem
nunca teve a doença.
·
Faixa etária: a Qdenga é recomendada para pessoas dos 4 aos 60
anos, enquanto a vacina francesa é indicada para pessoas dos 9 aos 45 anos.
·
Número de doses: a vacina francesa é aplicada em três doses,
distribuídas em intervalos de seis meses, enquanto a japonesa é composta por
duas doses, aplicadas com intervalos de três meses.
Já
quanto ao modo de agir e aos possíveis efeitos após a aplicação, as vacinas são
muito semelhantes.
Categoria:Destaques