Salário mínimo será de R$ 1.412 em 2024; entenda o que muda e como o valor foi calculado

Salário
mínimo será de R$ 1.412 em 2024; entenda o que muda e como o valor foi
calculado
O
salário mínimo nacional será de R$ 1.412 a partir de 1º de janeiro de 2024 – R$
92 a mais que os R$ 1.320 em vigor atualmente.
O cálculo tinha sido antecipado pelo g1 e
inserido como previsão no Orçamento de 2024. Segundo o Palácio do Planalto, o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva deixou o decreto assinado antes de viajar para o recesso de fim de ano.
Não há data marcada para a publicação
do documento, que pode acontecer até o próximo domingo (31).
O novo valor do salário mínimo entra em vigor em 1º de janeiro. Ou
seja: quem recebe o salário mínimo (ou múltiplos dele) ou benefícios vinculados
a esse valor, como o seguro-desemprego e o Benefício de Prestação Continuada
(BPC), já recebe o total reajustado no início de fevereiro.
Entenda abaixo como funciona o salário mínimo, qual a regra de
reajuste e como essa mudança impacta a economia brasileira.
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Abono salarial, CadÚnico, seguro-desemprego: veja o que muda com o
salário mínimo de R$ 1.302
Como funciona o salário
mínimo?
Como o nome já indica, o salário mínimo é a menor remuneração
que um trabalhador formal pode receber no país.
A
Constituição diz que trabalhadores urbanos e rurais têm direito a um
"salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender
a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia,
alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e
previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim".
Ou seja:
pela Constituição, o salário mínimo tem que ser reajustado ao menos pela
inflação, para garantir a manutenção do chamado "poder de compra". Se
a inflação é de 10%, o salário tem de subir pelo menos 10% para garantir que
seja possível comprar, na média, os mesmos produtos.
Nos
governos Michel Temer e Jair Bolsonaro, o reajuste do salário mínimo seguiu
exatamente essa regra. Foi reajustado apenas pela inflação, sem ganho real.
De acordo
com informações divulgadas em maio pelo Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário
mínimo serve de referência para 54 milhões de pessoas no Brasil – um em cada quatro brasileiros.
O Dieese calcula ainda que 22,7
milhões de pessoas são diretamente atingidas no bolso pelo patamar do
salário mínimo.
Além dos trabalhadores que, por
contrato, recebem um salário mínimo (ou múltiplos do mínimo), há também as
aposentadorias e benefícios como o Benefício de Prestação Continuada (BPC)
vinculados ao mesmo valor.
O salário mínimo também gera impactos
indiretos na economia, como o aumento do "salário médio" dos
brasileiros e a elevação do poder de compra do trabalhador.