O tudo ou nada das campanhas na última semana antes do primeiro turno

Chegamos a última semana antes das eleições do primeiro turno, período marcado por pouco debate de ideias e muitos ataques. As campanhas vão agora para o tudo ou nada. Nestes últimos dias, qualquer erro ou acerto dos candidatos mais bem posicionados pode definir se a eleição se encerra agora ou vai para o segundo turno. Pelas pesquisas, o ex-presidente Lula tem chances de ganhar no primeiro turno. Bolsonaro chega nessa semana numa situação inédita para um presidente disputado a reeleição. Está em segundo lugar e muito atrás do seu oponente. Para Lula, qualquer ponto a mais lhe garante a chance de liquidar já fatura, Bolsonaro está na corda bamba porque qualquer erro pode ser fatal para ele.   Não sabemos muito bem qual a proposta econômica de nenhum dos candidatos. É uma campanha muito virulenta. O grupo do presidente tem como técnica os ataques, tentativas de desmoralização e uso de fake news e isso envenena o debate políticos.

Para se ter uma ideia, o Estadão calculou que no debate de sábado - realizado pelo consórcio de veículos SBT, Veja, Estado, CNN, Terra, Rádio Nova Brasília - apenas 6% do tempo foi usado para a divulgação de propostas objetivas para o país. O resto do tempo foi usado nos ataques gerais. Inclusive chamou a atenção o movimento de Ciro Gomes de atacar mais Lula do que Bolsonaro, apesar de ser de um partido de esquerda fundado por Leonel Brizola. Simone Tebet foi a que mais apresentou propostas no debate.  Atual líder das pesquisas, Lula também não deixou claro seu programa de governo. Nesse fim de semana disse que vai revogar o teto de gastos. Na prática, o teto já foi revogado e o próprio governo Bolsonaro já está propondo uma nova fórmula, cada hora a equipe aparece uma ideia diferente. O teto de gastos em si como instrumento de contenção dos gastos públicos foi desmoralizado pelo governo Bolsonaro. O petista também criticou as agências reguladoras, algo que faz desde a eleição de 2002. Ao contrário do que ele diz, as agências são para modernizar a ação do estado e não para entregar o estado para mãos privadas.

Ainda há tempo de os candidatos fazerem propostas concretas. A última grande chance será debate de quinta-feira na TV Globo.

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